Teosofia Reestrutura a Experiência
Acumulada e Dá a Ela Uma Nova Direção
Carlos Cardoso Aveline
Afirma-se popularmente que a cada sete anos as células do corpo físico humano são renovadas.
Na verdade, esse período de tempo é simbólico. As diferentes partes do organismo possuem células cuja durabilidade varia. As células de alguns órgãos do corpo duram dias, outras células duram meses, e algumas vivem por décadas. Todas são renovadas de um ou de outro modo.
Um período de sete anos constitui um ciclo numerológico dos mais importantes e também um subciclo de Saturno. É possível dizer que neste espaço de tempo uma parte substancial das células do corpo humano é renovada. A qualidade da renovação, porém, depende das atividades da alma que anima o corpo.
A Descoberta da Teosofia
A expansão de consciência que ocorre quando uma pessoa “descobre” a teosofia vai bem além dos planos sutis da vida. O pensamento teosófico muda o carma inteiro da pessoa. A mudança cármica é substancial e não de quantidade.
O conteúdo cármico em si continua o mesmo. A sua estrutura passa a ser outra, e isso muda seu significado.
O carma é como algo que se estoca em uma sala: com o estudo teosófico sério, o “estoque” de carma do indivíduo deixa de ser um “quarto escuro com a lâmpada quebrada”.
Abre-se uma janela e entram sol e ar puro. Abrir e fechar a porta deixam de ser ações dolorosas.
O carma acumulado, em contato com a luz do dia, passa a ser revisado e reprocessado. Purifica-se, torna-se mais leve, flexível, adaptável, e funciona como fonte de lições conscientes.
O carma alterado pelo estudo da lei abstrata universal se torna sutil, e permite uma sintonia direta com a essência do cosmo. O carma purificado pelo contato com a inteligência e o ar livre não permanece isolado no plano superior. O seu conteúdo se registra no organismo físico do indivíduo, assim como antes o carma denso e cego também se registrara.
Cada célula, com seu grau de inteligência própria, recebe a energia búdica superior e precisa reacomodar-se a ela.
Esta reacomodação só pode ser feita até certo ponto durante a vida de uma célula específica. Quando a célula é substituída, a sua sucessora virá com aptidões mais amplas e uma possibilidade maior de vibrar e viver de acordo com a energia teosófica.
Assim, pouco a pouco, o que o indivíduo aprende no plano mental é absorvido de um modo equivalente no plano físico, e no plano emocional. Este processo na direção da integração e da coerência será tanto mais forte quanto maior a força da integração do indivíduo através da sinceridade consigo mesmo.
Um exemplo desta construção de afinidade entre o físico e o sutil é dado pela prática do vegetarianismo. A abstenção da violência implícita no hábito de comer carne torna mais fácil para o ser humano viver e compreender a fraternidade universal.
Ciclos Maiores e Menores
A cada sete anos, diz a filosofia esotérica, há uma mudança forte na constituição do ser humano.
A cada quatro anos, passa-se da metade do período setenário.
A cada ano completo de estudo de teosofia, há um novo ciclo solar completo que renova até certo ponto as células, os hábitos, os pensamentos e os sentimentos acumulados.
Todo semestre, quadrimestre e trimestre produz alterações correspondentes.
Um dia significa uma revolução completa da terra em torno de si mesma. Quando a intenção é nobre e é firme, cada um destes ciclos traz uma alteração purificadora e um progresso imperceptível na qualidade de vida em todos os níveis, preparando melhores encarnações no futuro.
A condição essencial para avançar no caminho é a sinceridade para consigo mesmo e para com os outros.
Levando em conta o processo mencionado acima, fica mais simples compreender a relação entre o material e o espiritual. Toda célula do organismo físico registra em si os padrões de sintonia dominantes do indivíduo, no plano das emoções, das ideias, dos hábitos e das intuições. Registra também o grau de aptidão contemplativa que ele possui. Quando a célula é substituída por outra, a velha célula “renasce” melhorada. Para otimizar o processo, cabe ao estudante de teosofia vincular as suas ações físicas, emocionais e pensamentais sempre mais estreitamente entre si, harmonizando o processo todo.
Não importa que o progresso não seja percebido: é invisível a germinação da semente plantada sob a terra.
Quando o peregrino avança alguns passos, todo o resto da caminhada torna-se mais compreensível. A dificuldade passa a perder importância, embora os perigos possam ser ocasionalmente grandes. Com o surgimento de vibrações mais elevadas, o abandono de vibrações grosseiras passa a ser obrigatório: não há outro caminho a seguir, exceto o da sabedoria.
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O grupo SerAtento oferece um estudo regular da teosofia clássica e intercultural ensinada por Helena Blavatsky (foto).
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