A Experiência Humana Mais
Importante é a da Compreensão
 
 
John Garrigues
 
 
 
A roda de samsara da tradição do Oriente simboliza a
prisão voluntária nas vivências repetitivas da vida material.
 
 
 
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Nota Editorial:
 
O artigo a seguir foi publicado pela
primeira vez na revista “Theosophy”,
de Los Angeles, em fevereiro de 1928,
p. 177, sem indicação de nome de autor.
Uma análise do seu conteúdo e estilo mostra
que foi escrito por John Garrigues (1868-1944).
Título Original: “Undergoing All Experience”.
 
(CCA)
 
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Pergunta:
 
A Teosofia ensina que o aprendizado só pode ser feito pela experiência, e que devemos passar por todas as experiências.  Pergunto se isso significa que devemos passar por cada uma das experiências que vemos na vida, mesmo as que são horríveis e revoltantes, para então podermos compreender a simpatia e os seus opostos.
 
Resposta:
 
Além de a Teosofia ensinar, cada um de nós pode saber por si mesmo que o aprendizado só pode ocorrer através da experiência  e da observação.
 
Há três aspectos na experiência. Ela ocorre:
 
(a) Quando é imposta aos outros;
(b) Quando é imposta a nós; e
(c) Quando observamos a experiência, quer ela ocorra conosco ou com outros.
 
O que temos que aprender é o significado daquela Vida específica que cada um de nós é, e que todos nós somos; devemos saber os poderes, as potencialidades, o desenvolvimento, o uso e o propósito desta Vida.
 
Tendo consciência da lei do Carma e da Reencarnação, devemos compreender que cada um de nós já passou incontáveis vezes através de cada experiência concebível no mundo material, desde os seus estados mais elevados até os mais inferiores, e desde as suas formas mais simples até as mais complexas.
 
Nenhum ser humano, portanto, necessita qualquer experiência a mais no sentido em que a palavra “experiência” é usada na pergunta acima.  O que todo ser humano necessita é compreender estas experiências.  A compreensão surge pelo contraste, pela comparação, pelo raciocínio, pela reflexão, e, sobretudo, pela percepção pela identidade de toda a Vida e pela lei de toda a Vida.  Desde a metade da Quarta Ronda [1], nenhum ser humano pode ter uma experiência nova. Ele só pode ter a repetição de experiências velhas, boas, más ou indiferentes, até que ele compreenda que elas são efeitos, e comece a viver, e agir, no plano das causas.
 
A pergunta feita acima surge com frequência.  Ela não pode ser respondida, nem a resposta poderia ser compreendida, através de qualquer número de experiências. O que nós percebemos são efeitos, e são estes efeitos que nós chamamos de experiências. Mas o mundo do Espírito, do puro Ser, e o mundo das Causas, ou mundo da existência mental, também são mundos de experiência, tanto quanto, e na verdade mais do que, o mundo dos meros efeitos.
 
O ser humano encarnado vive em três mundos: o mundo do ser, o mundo das causas,  e o mundo dos efeitos. A palavra “experiência”, no seu sentido mais completo, significa a compreensão harmoniosa da unidade entre estes três mundos. Enquanto a experiência parecer para nós como algo “horrível” e “revoltante”, não podemos compreendê-la, porque a experiência é neste caso percebida apenas através da nossa natureza psíquica, inferior. Quando uma experiência de qualquer tipo é vista como experiência e não como algo bom ou mau, agradável e desagradável, nós começamos a fazer distinções espirituais e inteligentes, e a tomar decisões decorrentes disso. A libertação surge da compreensão da Unidade da Vida, e não de qualquer quantidade imaginável de experiências relativas à sua manifestação e aos seus efeitos.
 
NOTA:
 
[1] “Quarta Ronda”. Termo técnico usado em “A Doutrina Secreta”, de H. P. Blavatsky. O termo se refere a uma dimensão de tempo que ultrapassa amplamente as noções hoje alimentadas pela História, pela Antropologia e pela Geologia. A humanidade atual já está na segunda metade da Quarta Ronda. (CCA)
 
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Data de publicação do artigo acima em português: março de 2012.
 
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.
 
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O grupo SerAtento oferece um estudo regular da teosofia clássica e intercultural ensinada por Helena Blavatsky (foto).
 
 
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