Uma Receita Para Afastar o Sofrimento Desnecessário
Carlos Cardoso Aveline
É comum entre os cidadãos da civilização atual haver um intenso sofrimento psicológico, amplamente inconfessado.
O materialismo que gira em torno dos desejos de curto prazo gera uma dor emocional desnecessária, mas forte, e faz isso em quantidades difíceis de calcular.
É preciso todo um processo de cura para levar a sociedade e seus indivíduos a uma compreensão das lições ensinadas pelo sofrimento, e a um caminho de libertação para níveis mais elevados de aprendizado, em que não haja tanta dor.
O primeiro passo é observar as coisas do ponto de vista da nossa potencialidade sagrada.
O materialismo sem limites pode ser difícil de transcender, porque os desejos e impulsos pessoais não são inteiramente voluntários. Devido à sua própria natureza, os “desejos automáticos” não fazem uma consulta prévia às pessoas que eles atormentam. Os vampiros energéticos raramente têm respeito por suas vítimas. Portanto, a questão do que é certo e errado no comportamento humano pode ser tratada como algo que envolve diagnóstico, receita, e cura.
O comportamento egoísta e as ações sem ética devem ser enfrentados e mostrados como improdutivos. Eles também podem ser reconhecidos como sintoma, resultado e efeito de algo maior e muito mais importante que eles próprios: a ignorância.
Diante da doença do egoísmo, a receita teosófica é simples, embora a sua aplicação tenha algumas complexidades.
É recuperando o nosso contato consciente com o Universo que nos curamos da cegueira espiritual e do sofrimento que ela provoca. As aflições são geradas pelo medo, pela ambição, e outras formas de desejo pessoal.
A dor humana é uma só, embora suas aparências sejam diversas, e para curá-la a filosofia esotérica nos ensina algo aparentemente óbvio. Ela diz que estar em contato com a nossa própria essência interior é o mesmo que manter um diálogo com as estrelas do céu.
Assim como nossos corpos pertencem à Terra, nossas almas são feitas de luz celeste. E até o chão em que pisamos, aparentemente imóvel, viaja durante milhões de anos ao redor do centro da nossa galáxia. O grupo local de galáxias, ao qual pertencemos, faz, ele próprio, uma peregrinação pelo cosmos.
Ao contemplar o universo, podemos compreender a nós próprios. Não há nada de urgente nessa tarefa. Somos infinitos por dentro e por fora. Temos tempo para pensar nessa ideia e viver os seus desdobramentos práticos.
Os efeitos curativos do estudo da teosofia libertam gradualmente o ser humano do apego às fontes do seu sofrimento. Assim ele alcança a felicidade interior e passa a atravessar conscientemente o oceano ilimitado do tempo, em um espaço que sabe que é infinito.
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Uma versão inicial do texto acima foi publicada na edição de janeiro de 2014 de “The Aquarian Theosophist”, sob o título “The Healing Power of Universality”.
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O grupo SerAtento oferece um estudo regular da teosofia clássica e intercultural ensinada por Helena Blavatsky (foto).
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