Os Métodos de Trabalho Teosófico
 
 
William Q. Judge
 
 
 
William Q. Judge (1851-1896)
 
 
 
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Nota Editorial:
 
O artigo a seguir foi escrito antes da
fragmentação da sociedade teosófica original em
diversos grupos. Hoje o movimento teosófico tem
várias  propostas de trabalho ao redor do mundo,
uma das quais é a Loja Independente de Teosofistas.
 
Título original: “Methods of Theosophical
Work”. O artigo está assinado por William
Brehon, um dos pseudônimos de William Q. Judge. [1]
 
(Carlos Cardoso Aveline)
 
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Na minha experiência com a Sociedade Teosófica, tenho notado uma frequente disposição da parte de alguns membros de rejeitar os métodos ou planos de outros,   com o argumento de que não são corretos, ou de que não são adequados, e assim por diante.  Essas objeções não são feitas em um espírito de discórdia, mas, na maior parte dos  casos, surge apenas de uma falta de conhecimento sobre o funcionamento das leis que governam os nossos  esforços.
 
Seguindo as regras estabelecidas por elevados instrutores,  H. P. Blavatsky sempre  disse  que nenhuma proposta de trabalho teosófico deveria ser rejeitada ou combatida, uma vez que o proponente tenha a vontade sincera de fazer o bem ao movimento e a  seus membros.   Naturalmente,  isso não significa que propósitos claramente ruins ou perniciosos sejam apoiados.  No entanto, é raro que um teosofista sincero proponha ações tão más. Porém,  frequentemente eles desejam começar algum pequeno trabalho pela Sociedade,   e encontram oposição por parte daqueles que consideram a situação desfavorável, ou a ideia em si pouco adequada.  Essas objeções sempre têm como base a suposição de  que só  existe um único método a ser seguido.  Um homem rejeita o fato de que uma Loja promove reuniões  públicas, outro critica uma Loja que não as promove.  Outros pensam que a Loja deveria ser claramente metafísica, e ainda mais, que deveria ser inteiramente ética. Às vezes, quando um membro que não tem muita capacidade propõe um trabalho insignificante à sua própria maneira, seus colegas pensam que o trabalho  não deveria ser feito. Mas a atitude correta é abrir espaço para toda tentativa sincera de divulgar a  teosofia, ainda que você não concorde com o método. Já que a proposta não é sua, você não está envolvido de modo algum com a questão. Você elogia o desejo de ser útil; a natureza cuidará dos resultados.
 
Alguns exemplos podem servir de ilustração.  Uma vez, em Nova Iorque, apareceu um artigo de jornal extremamente inverdadeiro, sobre teosofia.  Era uma entrevista mentirosa. A única coisa verdadeira no artigo  era o endereço de um dos líderes da S. T.  O artigo foi mandado por um inimigo da Sociedade  a um cavalheiro que desejava há muito tempo  encontrar-nos. Ele leu o artigo, anotou o endereço e tornou-se um dos nossos membros mais valiosos. Na Inglaterra, uma senhora influente havia desejado descobrir o endereço da Sociedade mas não conseguia.  Por coincidência, um cartaz que alguns membros consideraram inadequado chegou às mãos dela com um endereço teosófico em um lugar obscuro. Ela foi até lá, e encontrou pessoas que  lhe disseram como chegar à Sociedade.  Na  mesma cidade, um membro que não pertence às classes altas colocava cartões ao azar em locais públicos com instruções para que pessoas interessadas em conhecer as doutrinas teosóficas soubessem onde ir.  Em vários casos esses cartões distribuídos ao acaso e  espalhados de modo pouco adequado  atraíram excelentes membros que não tinham outros meios de descobrir a Sociedade. Certamente a maior parte de nós diria que espalhar cartões desta maneira era algo que não estava à altura do nosso trabalho.
 
Mas não se deve insistir em nenhum método.  Cada homem é um potencial em si mesmo, e só trabalhando do modo lhe parece melhor ele poderá expressar as forças que são dele.  Nós não deveríamos rejeitar homem algum, nem interferir com ninguém, porque nosso dever é descobrir o que nós mesmos podemos fazer, sem criticar as ações do outro.  As leis da ação cármica têm muito a ver com isso. Nós interferimos prejudicialmente quando  tentamos julgar de acordo com nossos próprios padrões os métodos de trabalho que um outro membro pretende usar. Ramificar em todas as  direções dá as alavancas que permitem movimentar-se e produzir  resultados, e algumas dessas alavancas – absolutamente necessárias para grandes resultados – são muito pequenas e obscuras.  São todos seres  humanos, e portanto devemos observar cuidadosamente para que nenhuma palavra nossa provoque a obstrução das alavancas. Se cumprirmos estritamente o nosso próprio dever todos irão agir em harmonia, porque o dever do outro é perigoso para nós. Portanto, se algum membro  se propõe a espalhar as doutrinas da teosofia de uma maneira que parece adequada para ele, deseje que ele tenha êxito, mesmo que o método dele não seja adequado para você.
 
                                                                                                       William Brehon. M. S. T.
“Path”, Agosto, 1891.
 
NOTA:
 
[1] O texto foi publicado originalmente na revista “Path”, de Nova Iorque. É traduzido de “Theosophical Articles”, de  William Q. Judge, Theosophy Company, Los Angeles, Califórnia, edição em dois volumes, ver volume II, pp. 231-232.
 
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Sobre a missão do movimento teosófico, que envolve o despertar da humanidade para a lei da fraternidade universal, veja o livro “The Fire and Light of Theosophical Literature”, de Carlos Cardoso Aveline.
 
 
A obra tem 255 páginas e foi publicada em outubro de 2013 por “The Aquarian Theosophist”. O volume pode ser comprado através de Amazon Books.
 
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