A Consciência Planetária Atua de Dentro Para Fora
Joaquim Duarte Soares
A Teosofia original ensina que por detrás de uma aparente ação mecânica das forças físicas no planeta estão causas e forças espirituais. Há um importante impacto da soma dos pensamentos e desejos humanos sobre a fisiologia planetária.
William Judge escreveu:
“O Carma opera para produzir cataclismos na natureza por concatenação através dos planos mental e astral do ser. Um cataclismo pode ter uma causa física imediata tal como um fogo interno ou uma perturbação atmosférica, mas estes talvez tenham sido produzidos por uma perturbação criada pelo poder dinâmico do pensamento humano.” [1]
Até ao momento, em relação à crise climática planetária, a maioria dos seres humanos tem oscilado entre a negação dos fatos e a resignação fatalista.
De um lado, a ciência começa a pressentir mas ainda não se conscientizou da relação interdependente de todas as partes da natureza. Falta-lhe a visão do conjunto, a percepção dos níveis suprafísicos, e do caráter cíclico dos processos evolutivos. Esta concepção puramente materialista possibilita que o modo de vida prossiga como tem sido até agora, como se nada estivesse acontecendo.
De outro lado, a religião não sabe o que dizer de tudo o que tem acontecido e insiste em manter a letargia mental da parte da população que está sob sua influência. Na dúvida, o clero sempre vai dizendo que é preciso aplacar a ira do Deus imaginário que ele criou: e, em função disso, mais rezas, mais velas, mais incensos, mais templos, e mais ofertas para os cofres das igrejas.
A Teosofia demonstra que os desastres aparentemente indiscriminados da natureza têm a sua raiz mais profunda na atividade mental, emocional e física de cada um dos seres humanos, e que os períodos de decadência e renovação civilizatória são acompanhados da regeneração da fisionomia natural e da fisiologia planetária. Tudo se processa de acordo com a Boa Lei do Carma.
Podemos ler em “A Doutrina Secreta”:
“[É] absolutamente falso, e apenas mais uma demonstração da grande presunção da nossa época, afirmar (como fazem os homens da ciência) que todas as grandes transformações geológicas e terríveis convulsões tenham sido produzidas por forças físicas comuns e conhecidas. Porque essas forças não foram mais do que os instrumentos e os meios para o cumprimento de certos propósitos, atuando periodicamente, e de modo aparentemente mecânico, através de um impulso interno incorporado mas que transcende a sua natureza material. Há um propósito em cada ato importante da Natureza, cujos atos são cíclicos e periódicos. (…) Há uma predestinação na vida geológica do nosso planeta, assim como na história, passada e futura, das raças e das nações. Isto está diretamente relacionado com o que chamamos de Carma e os panteístas ocidentais chamam ?Nêmesis? e ?Ciclos?. A lei da evolução nos está levando agora ao longo do arco ascendente de nosso ciclo, quando os efeitos se refundirão uma vez mais, e se tornarão novamente as causas (agora neutralizadas), e todas as coisas que hajam sofrido a influência dos efeitos terão recuperado sua harmonia original.” [2]
As tremendas forças acumuladas pela atividade mental e astral da humanidade acabam por alterar o equilíbrio vital do planeta.
Os pensamentos e emoções negativas emanadas pelos seres humanos desencadeiam autênticas convulsões na face de Gaia. Pensamentos de paz e sentimentos de compaixão se somam às forças regeneradoras da Terra.
NOTAS:
[1] Do texto “Aforismos Sobre o Carma”, de William Judge, disponível em nossos websites associados.
[2] Tradução direta da edição original da obra: “The Secret Doctrine”, H. P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, Vol. I, 2004, pp. 640-641.
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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.
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