Versos Sobre a Música do Silêncio Interior
Múcio Teixeira
Sou o lago que a luz do céu reflete,
Sou o voo das aves pelos ares;
Sou o vento sutil, que se intromete
Na folhagem dos bosques seculares.
Sou o leão que no deserto ruge
Se os tufões as areias movimentam;
Sou a torrente férvida, que estruge
Quando na praia as ondas arrebentam.
E … sou o colibri que beija as flores,
E no aroma das flores se embriaga;
Sou a falena: atraem-me os fulgores
De uma luz, que vacila, e não se apaga.
Sendo todas as coisas, sem que possa
Saber o que é que sou, e o que são elas;
Eu, na incerteza que de mim se apossa,
Confundo a luz do olhar com a das estrelas.
É de meus olhos que essa luz se exala,
Ou recolho os seus raios na retina?
E no silêncio, em que minha alma fala,
Vibra uma interna música divina.
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O poeta brasileiro Múcio Teixeira nasceu em 13 de setembro de 1857 e viveu até agosto de 1926.
O poema “Alma Nua” foi publicado no volume “Brasas e Cinzas”, de Múcio Teixeira, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, quarta edição, 1922, 477 pp., ver pp. 15-16. É reproduzido de “O Teosofista”, edição de março de 2014.
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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.
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