Mahatma Diz que Livro Publicado por Annie
Besant Tem uma “Aura Brutal” e um “Espírito Impuro”
Besant Tem uma “Aura Brutal” e um “Espírito Impuro”
Carlos Cardoso Aveline
Radha Burnier (1923-2013) não apontou sucessores, abrindo mais espaço
para o abandono das fraudes Besantianas e a renovação das estruturas de poder
Na edição de janeiro de 2014 da revista “The Theosophist”, da Índia, o texto “Palestra no Dia da Fundação” [1], assinado por Justice V. Ramasubramanian, ilustra a necessidade de que se conheça os ensinamentos autênticos da filosofia esotérica.
Na p. 30, o sr. Ramasubramanian descreve a sra. Annie Besant (1847-1933) como um modelo de teosofista por haver publicado o livro “Os Frutos da Filosofia” (“The Fruits of Philosophy”) e por ter sido presa e acusada de imoralidade devido a isso.
É interessante levar em conta a opinião de um Mahatma dos Himalaias sobre o livro publicado, divulgado e ativamente defendido por Annie Besant, que não o escreveu. Deste modo podemos ter uma perspectiva melhor do volume. O Mestre diz que o livro tem mais a ver com “Sodoma e Gomorra” do que com “Filosofia”.
A Alma deste sábio oriental inspira hoje todos os setores honestos do movimento teosófico, e continuará a fazê-lo. [2] O Mestre escreve o seguinte em uma carta para Alfred P. Sinnett:
“Lamento que você tenha tido o trabalho de escrever-me sobre [Charles] Bradlaugh. Conheço-o bem, e à sua colega [A. Besant] . Há mais de um traço em seu caráter que eu estimo e respeito. Ele não é imoral; e nada do que pudesse ser dito contra ou a favor dele pela sra. K., ou mesmo por você, iria mudar ou mesmo influenciar minha opinião tanto dele como da sra. Besant. No entanto, o livro publicado por eles – ‘Os Frutos da Filosofia’ – é infame e altamente pernicioso em seus efeitos, embora – e por mais que – os objetivos que os levaram à publicação da obra sejam benévolos e filantrópicos. Lamento – muito profundamente, meu caro amigo, ser obrigado a ter pontos de vista amplamente diferentes dos seus, no assunto mencionado. Prefiro evitar a desagradável discussão. (…..) Eu não li a obra – nem jamais lerei; mas tenho diante de mim seu espírito impuro, sua aura brutal, e repito que do meu ponto de vista os conselhos dados na obra são abomináveis; eles são bem mais os frutos de Sodoma e Gomorra do que da Filosofia, cujo nome ela degrada. Quando mais cedo deixarmos de lado o assunto – melhor.” [3]
Alguns anos mais tarde, aconteceu outro fato na História da Sociedade de Adyar que está intimamente ligado a este e que não deve ficar esquecido, para que sejam retiradas dele as necessárias lições.
O principal clarividente de poderes inferiores que atuou a serviço da sra. Besant se chamava Charles Leadbeater.
Ele foi expulso da Sociedade Teosófica em 1906, ou, mais precisamente, foi convidado a escolher entre a renúncia como membro e a expulsão formal. A decisão, coletiva, foi encaminhada pelo honesto presidente-fundador da Sociedade, Henry S. Olcott.
O “clarividente” da sra. Besant estava sendo acusado do crime de abuso contra crianças que haviam sido confiantemente colocadas sob os seus “cuidados espirituais”. Os principais líderes da Escola Esotérica de Adyar nos Estados Unidos, inclusive a sua diretora executiva, Helen Dennis, haviam reunido provas contra ele. [4]
O episódio tem grande importância do ponto de vista da luta milenar entre magia altruísta e feitiçaria inferior.
Além de ser um crime em si mesmo, o abuso contra crianças tende a destruir as sementes de um futuro saudável. As crianças simbolizam o que há de melhor na espécie humana. Elas são um emblema do que existe de mais puro no coração humano. [5]
Mas o caminho do movimento teosófico não é fácil, apesar de seus objetivos nobres. Ele deve desafiar o conjunto da ignorância humana, e a ignorância surge como um lobo faminto em seu próprio interior. Por uma estranha coincidência, Henry Olcott morreu em fevereiro de 1907, poucos meses depois de expulsar Leadbeater.
De imediato, os clarividentes de Adyar falsificaram um episódio em que os Mestres teriam “defendido Leadbeater”. Com este pretexto, a sra. Besant anulou o afastamento do seu “consultor em assuntos ocultos”. A partir de então, e ao longo dos anos, vários outros escândalos similares ocorreram em diversos países e continentes.
A importância destes fatos quase esquecidos está na necessidade prática de que o movimento teosófico ligado a Adyar resgate, todo ele, a ética; e que se liberte durante o século atual dos frutos da falsa clarividência.
Entre as fraudes Besantianas estão a Igreja Católica Liberal e a prática da adoração de falsos Mestres e seus retratos imaginários durante reuniões da Escola Esotérica de Adyar. Há também a variante pseudoteosófica de maçonaria, e o chamado “Rito Egípcio”. Este último está situado secretamente acima da Escola Esotérica e nem todos os membros da E. E. sabem sequer da sua existência.
Radha Burnier Acelera o Processo de Renovação
A sra. Radha Burnier, que liderou a Sociedade de Adyar desde 1980 até o final de 2013, quebrou a tradição pseudoteosófica inaugurada por Annie Besant. No final da vida, a sra. Radha recusou-se conscientemente a nomear alguém como seu sucessor na Escola Esotérica e no Rito Egípcio. Deste modo ela marcou o final de uma etapa histórica e abriu as portas para um renascimento mais rápido da teosofia como uma filosofia do amor à vida, que deve permanecer livre de burocracias, sacerdotes e rituais.
O futuro da Sociedade de Adyar é luminoso: disso não há dúvidas. E o futuro depende da capacidade de aprender com os erros do passado.
Um dos fatores decisivos para o renascimento ético de Adyar será mostrar respeito pelos Mestres verdadeiros. O primeiro passo neste sentido é deixar de lado os falsos “Adeptos” fabricados por Annie Besant e seu clarividente de poderes inferiores.
Essa providência não precisa ser tomada de cima para baixo, nem desde as lideranças teosóficas políticas e convencionais. A renovação já está ocorrendo, de baixo para cima, a partir de cada teosofista consciente. É inevitável abandonar os frutos da falsa clarividência para que possa ser construída uma estrutura eficaz, autêntica e ágil no século 21. Esta tarefa seguramente não é fácil, do ponto de vista daqueles que se apegam à rotina; mas o seu cumprimento constitui fonte de grande contentamento interior.
NOTAS:
[1] “Address on the Foundation Day”, pp. 29-36.
[2] Naquilo em que isso é possível, e através da “voz do silêncio”, ou seja, desde o aspecto não-verbal, não-visual e impessoal do plano buddhi-manásico, onde brilha a inteligência da alma espiritual.
[3] “Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, 2001, dois volumes, coordenação editorial de Carlos Cardoso Aveline. Veja a Carta 119, volume II, p. 255.
[4] “A Short History of the Theosophical Society”, de Josephine Ransom, Prefácio de G. S. Arundale, 591 pp., TPH, 1938-1989; veja o capítulo “Problems of Morality”, especialmente pp. 355-365. Leia também o livro “100 Years of Theosophy – A History of the Theosophical Society in America”, de Joy Mills, TPH, USA, 1987, 217 pp., especialmente pp. 37-38.
[5] Sobre os aspectos mágicos e ocultos da infância, assim como o seu aspecto sagrado, veja os meus artigos “Impedir o Filicídio e Respeitar as Crianças”, “O Poder das Crianças” e “Um Cosmo Em Cada Feto Humano”. Eles estão disponíveis em nossos websites associados.
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de teosofistas brasileiros e portugueses decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.
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