O Desafio do Progresso na Escola da Alma
Cecília Meireles
Cecília Meireles (1901-1964)
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Nota Editorial:
Cecília Meireles estudou filosofias
orientais. A consciência teosófica tem
presença central em seus poemas. Nos
versos a seguir, ela examina em poucas
palavras o mistério do aprendizado espiritual.
Cecília mostra que a verdadeira escola de filosofia
é interna: cada estudante é a escola, ele mesmo, e
o processo do aprender recomeça a cada instante.
(Carlos Cardoso Aveline)
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Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem
e que amanhã recomeçarei a aprender.
Todos os dias desfaleço e desfaço-me em cinza efêmera:
todos os dias reconstruo minhas edificações, em sonho eternas.
Esta frágil escola que somos, levanto-a com paciência
dos alicerces às torres, sabendo que é trabalho sem termo.
E do alto avisto os que folgam e assaltam, donos de riso e pedras.
Cada um de nós tem sua verdade, pela qual deve morrer.
De um lugar que não se alcança, e que é, no entanto, claro,
minha verdade, sem troca, sem equivalência nem desengano
permanece constante, obrigatória, livre:
enquanto aprendo, desaprendo e torno a reaprender.
(1961)
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O poema acima é reproduzido do volume II de “Poesia Completa”, de Cecília Meireles, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2001, 1993 pp., ver pp. 1442-1443. Título original: “Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem”.
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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.
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